Tecnologia a serviço da criação de vacinas: Pesquisador do INCT-DT se destaca no desenvolvimento de imunizante contra a leishmaniose. – Notícias | INCT-DT

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Tecnologia a serviço da criação de vacinas: Pesquisador do INCT-DT se destaca no desenvolvimento de imunizante contra a leishmaniose.

À medida que a primeira geração de vacinas contra SARS-CoV-2 entra em testes clínicos, os pesquisadores estão trabalhando arduamente para desenvolver projetos de segunda geração, incorporando tudo o que aprenderam com o desenvolvimento de vacinas para outros vírus. Por exemplo, o HIV sofre mutação contínua, tornando difícil para o sistema imunológico desenvolver anticorpos amplamente neutralizantes que podem parar todas as diferentes versões do vírus. Em uma tecnologia apelidada de ‘anticorpoômica’, os pesquisadores aplicaram informática para analisar as características e o desenvolvimento de anticorpos neutralizantes amplamente na esperança de desenvolver vacinas mais eficazes. Do lado do antígeno, pesquisadores no Brasil desenvolveram uma abordagem que eles chamam de ‘imunoinformática’ para identificar potenciais candidatos a vacinas. Alex Reis, parasitologista da Universidade Federal de Ouro Preto, e o imunoparasitologista Rory Brito, pós-doutorando em seu laboratório, aplicaram a técnica à leishmaniose visceral. A doença é causada pelo protozoário parasita Leishmania, que infecta pessoas e cães, principalmente na América do Sul e na região do Mediterrâneo. Reis já desenvolveu uma vacina candidata contra a leishmaniose, baseada em células fragmentadas do parasita, que está entrando em testes de fase III. Mas sua produção requer o cultivo de grandes quantidades do parasita, e ele acha que pode fazer algo mais eficaz usando peptídeos individuais de antígenos de Leishmania. Reis e Brito querem estimular as células T a combater o patógeno. Para começar, Brito treinou algoritmos de computador para identificar peptídeos em antígenos de parasitas que são considerados os melhores na estimulação de uma resposta de células T. Então, usando análises computacionais e estudos com animais, ele reduziu as mais de 8.000 proteínas do parasita a quatro peptídeos que ele previu que seriam eficazes. Em camundongos injetados com esses quatro peptídeos e, posteriormente, com parasitas Leishmania, o coquetel ativou a imunidade das células T e reduziu o número de parasitas, em comparação com animais não vacinados. Reis e Brito ainda não compararam um candidato de imunoinformática com a vacina original de Reis contra a leishmaniose. Esse texto é parte de um artigo da revista NATURE publicado em julho de 2020, cujo PDF pode ser obtido abaixo.