É uma doença causada pelo helminto trematódeo do gênero Schistosoma. A infecção humana pelo S. mansoni é também denominada de esquistossomíase mansônica ou intestinal e, no Brasil a doença é popularmente conhecida como xistose, barriga d’água ou mal do caramujo.
Os vermes adultos (macho e fêmea) de S. mansoni se localizam na luz dos vasos sanguíneos do sistema porta, realizando a ovoposição nos ramos terminais da veia mesentérica inferior e nas vênulas da parede do intestino, no plexo hemorroidário. O parasitismo pelo S. mansoni pode apresentar-se assintomático na maioria das vezes. Formas clínicas: na fase aguda da doença o indivíduo pode apresentar dermatite urticariforme, pápulas eritematosas e prurido. Com cerca de 3 a 7 semanas de exposição pode surgir febre, anorexia, dor abdominal, mal estar, cefaléia, diarréia, fezes mucosangüinolentas, náuseas, vômitos, tosse seca e hepatomegalia. Os ovos são os elementos fundamentais da patogenia da esquistossomose, pois em grande número, principalmente na parede do intestino, podem provocar hemorragias e áreas de necrose, levando a uma enterocolite aguda. No fígado e em outros órgãos, os ovos causam a formação de granulomas. O quadro hematológico é de leucocitose moderada, com intensa eosinofilia (25 a 50%). A fase crônica apresenta três formas clínicas: forma intestinal, hepatointestinal e hepatoesplênica compensada e descompensada. As complicações da doença se caracterizam por fibrose hepática, hipertensão portal, ascite, insuficiência hepática severa, hemorragia digestiva, comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos. A infecção pelo S. mansoni ocorre pela penetração ativa das cercarias na pele e mucosa do homem.
O diagnóstico laboratorial da esquistossomíase mansônica baseia-se no exame parasitológico de fezes com pesquisa de ovos do parasito. Outros métodos que podem ser utilizados são: biópsia retal, eclosão de miracídios, métodos imunológicos e PCR. O tratamento é feito com medicamentos que combatem este parasita. Existem cinco substâncias capazes de eliminar o S. mansoni, mas a droga mais utilizada é o Praziquantel. O melhor entendimento do papel da resposta imune na resistência à infecção pelo S. mansoni pode auxiliar no desenvolvimento de novas estratégias de controle da doença, inclusive vacinas. O desenvolvimento de vacinas seguramente representa importante estratégia para o controle da esquistossomose e esta é uma das metas do INCT-DT.