A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae, crônica de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante. De acordo com a OMS, o Brasil é um país endêmico para esta doença, ocupando o segundo lugar no ranking em número de casos registrados. A hanseníase depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. A hanseníase, para fins de tratamento, pode ser classificada em: Paucibacilar: de 1 a 5 lesões de pele (baixa carga de bacilos) e Multibacilar: > de 5 lesões de pele (alta carga de bacilos).
Os sintomas da hanseníase incluem:- Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato; áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e placas em qualquer local do corpo; diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).
A hanseníase tem cura.
O tratamento é feito nas unidades de saúde e é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico. O tratamento da hanseníase é via oral, constituído pela associação de dois ou três medicamentos e é denominado poliquimioterapia. O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados no exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em alguns casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica. Os pacientes de hanseníase sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro).
O paciente em tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite. A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a hanseníase, sendo que somente um pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas, adoece. Fatores ligados à genética humana são responsáveis pela resistência (não adoecem) ou suscetibilidade (adoecem). O período de incubação da hanseníase é bastante longo, variando de três a cinco anos e isso dificulta o controle da doença. É importante que se divulgue junto à população os sinais e sintomas da hanseníase e a existência de tratamento e cura, através de todos os meios de comunicação.
A prevenção da hanseníase baseia-se no exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença. Os estudos na hanseníase realizados pelo INCT-DT têm permitido o mapeamento de marcadores imunológicos e genéticos associados ao desenvolvimento desta infecção.